segunda-feira, 28 de julho de 2008

Venho através desta te contar a mais redundante das verdades: ' Tinha que ser você'.
Você que se fez num grande talvez, num prospecto do improvável e foi tomando espaço, vendaval na minha vida, transformação do 'não ser' em meu ' big bang'.
Você, carrancudo, homem trivial, corpo limitado na humanidade... Caixa de Pandora que liberta o meu desatino, prazer ilimitado, 'sorriso de orelha a orelha'.
Na mansidão da tua vida, na valsa dos teus projetos eu me embalei, me vi tua, quis ser pra sempre contigo.
E hoje eu já nem sei mais pra onde vou, o que vais fazer de mim e aonde isso vai dar. Quer dizer, eu até sei, mais 'eternidade' é uma palavra com muitas implicações, me dá até arrepio... por isso calemo-nos.
Adocica meus ouvidos, me mima pra sempre assim, nesse teu jeitinho.Me pede, me ordena e me amansa. Pra sempre dos teus lábios esse ' Te quero'.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

' Pensamentos latentes do meu sonho'

Em uma de suas mais consagradas obras, 'A Interpretação de Sonhos', Sigmund Freud, nos revela um pouco sobre o que passa na nossa mente enquanto dormimos. Imagens oníricas e fantasiosas seriam mero acaso? Não. Os sonhos são o palco de nosso teatro mental, de nossa representação que busca satisfazer os desejos mais arraigados no fundo de nosso âmago e perpassam um pouco daquilo que constitui nossos valores mais íntimos.
A esmagadora influência de nosso ' Superego' em todos os nossos atos é fenomenal. Esta censura, recriminação imposta pela nossa mente aos nossos mais variados comportamentos é atuante, inclusive, naquilo que sonhamos. Ela apenas 'baixa um pouco' a sua guarda e deixa que os limites de nossa imaginação corram em rédeas mais frouxas.
Por isso encenamos, iventamos e nos ' perdemos entre monstros de nossa própria criação', parafraseando Renato Russo. Desfarçamos nosso real 'Eu' e o conteúdo de nossas mentes, tentando ,por assim dizer, esconder de nossa censura ( Superego) aqueles comportamentos que consideramos vis, escabrosos.
A parte mitólogica de nossos sonhos, o enredo que conseguimos recordar no outro dia, é chamado pelo pai da psicanálise de ' conteúdo manifesto do sonho'. Nela vemos ' Sacis Pererês' ' Viajamos o mundo sobre as asas de um gavião, temos um final feliz com o amor de nossas vidas. Até mesmo visualizamos objetos e imagens sem nexo, imaginamos coisas que não têm sentido algum.
No entanto, é nas entrelinhas de nossas historinhas mais bobas que está o que realmente queremos dizer. É, nos termos de Freud, 'nos pensamentos latentes do sonho' que estão dissimulados os nossos prazeres ocultos, os nossos 'quereres proibidos'.
Na noite passada sonhei com uma menina que roubava, em pequenas quantidades, miudezas por onde passava. Primeiro ela foi à um supermercado, e roubou pequenos gomos de uvas na sessão de hortifrute. Depois, foi à um armarinho, e afanou botões. Por fim, lá nas reminescências do meu sonho, roubava ' bibelôs' de um ambiente residencial que se assemelhava muito à minha casa. A menina era loura, tinha um aspecto europeu e cara de' menina bem criada.' Este é o conteúdo manifesto do meu sonho.
Qual poderia ser o conteúdo latente dessa projeção mental, a primeira vista sem grande importância? Vejamos, através do método da livre associação, o que se subtrai de meu ' Palco Mental'. Seria eu uma pessoa extremamente apegada a miudezas? 'Cacarenta' e rancorosa com pequenos detalhes, que para os outros são banalidades? Seria eu avarenta, egoísta e afeita a bagatelas? Estaria eu, presa ao protótipo europeu de beleza e de perfeição? Buscaria eu um ideal de beleza, que seria o protótipo da coletividade loira, tez clara e estatura alta? Seria eu uma pessoa que se sentiu discriminada na infância por meus comportamentos censuráveis? Por fim, estou eu na fase adulta, mas presa a medos e comportamentos infantis?
Bem, são 'n' interpretações. Ninguém pode dizer ao certo o que se passa realmente na nossa mente. Por isso, vamos em frente, questionando e criando hipóteses através de livre julgamento e associação. Vamos nos desvendando e figurando, de incontáveis maneiras, aquilo que realmente somos e o que perpassa no interior de nossa 'psiqué'.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

PS: Eu te amo.


Hoje, liberta da maldita pirataria e das suas imagens gravadas em cinema, eu finalmente consegui ver 'PS: I love you' em sua cópia original. E vos digo, categoricamente, que ele é uma ode das mais criativas que já vi ao amor eterno.
Dizer que o filme é sensacional não o define, somente lhe rouba a beleza e a intensidade das sensações que ele nos provoca. Eu, uma romântica incorrigível, borbulhada de lágrimas e com o coração na mão, digo, repito e recomendo: Assistam!
Que homem maravilhoso é aquele? O que nós mulheres temos que fazer para sermos premiadas com um espécime destes? Que devemos fazer para ter um amor desses que irrompe as fronteiras temporais e físicas para se alojar na alma dos amantes? Eu sinceramente não sei.
Só sei que a magia de todo o filme está nas suas cores, na sincronia magistral dos personagens e no poder que ele tem de tocar lá no fundo do nosso coração com seu texto aveludado e cheio de mel. Me contento em saber que este, definitivamente, é um filme dos bons.
E nas questões de amor eterno e atemporal, vos digo: ' Só sei que nada sei'.