quarta-feira, 25 de março de 2009
Descrevendo um dia perfeito.
A sutileza das boas idéias não está em altos investimentos, mas sim no poder de criação inerente ao ser humano. Esta semana fui presenteada com um jogo interessantíssimo, que chama-se " Puxa- Conversa". Neste engenhoso passatempo, somos convidados a nos confrontar com 135 situações hipotéticas, que nos fazem pensar em coisas que jamais pensaríamos normalmente. E daí surge um palco para muita conversa, há um fluxo torrente de idéias em nossa cabeça e, a filosofia de asneiras rola solta. Uma catarse, meu bem.
Embaralhei as citadas 135 cartas do jogo, diga-se de passagem Vermelhas e Negras( quase um Stendhal), fechei os olhos e puxei uma fisicamente alocada no fim do bolo. Em dizeres pretos, num fundo branco ela me ordenava, imperativa: Descreva um dia perfeito.
Um dia em Paris? tomando um capuccino e comendo um crepe francês aos pés da Torre Eifell? Passar um dia estourando uma fortuna megalomaníaca no Cassino de Mônaco? Esparramada na cama, em lençóis teados a 400 fios, dormindo de 'conchinha' com o Keneau Rives? que tal um bom vinho francês, degustado não em taças, mas no umbigo do bonitão? Ele te dando comidinha na boca? beijando cada pedacinho do teu corpo e susurrando nos teus ouvidos, " Você é a mulher da minha vida". Ou por derradeiro, um dia de compras... você carregada de Versaces, Chóes se reproduzindo por bipartição no seu guarda-roupas, ' Dona Centopéia' te cedendo seus sapatos Manolo... sim, todos eles! Vai também um mimos da Cartier? Paris Hilton que te inveje.
Tá,tá, um dia dançando ula ula, com um time de bonitões, corpos ao sol, de pernas pro ar no Taiti? Rende-se?
Bem, por mais tentador que isso possa parecer, NÃO. Eu devo ser mesmo muito medíocre, até mesmo nos meus sonhos. Não gostaria de vivenciar nada impossível, intangível ou inimaginável. Gosto das minúcias, dos detalhes e do colorido que as sensações nos provocam. Tem coisas que não tem preço e podem nos provocar um extase de sensações, um prazer incomensurável. Eu fico, portanto, com o arrombar das veias, a circular do sangue, o escurecer da vista e a inundação de indescritível.
Um dia ideal para mim começaria da seguinte forma: Eu acordaria, com o meu amor ao lado, de cara amassada, só de cueca e com o hálito quente. Ele me abraçaria forte, ainda prostrados na cama, me daria um beijo doce, abriria um lindo sorriso e diria: ' Com você aqui do lado, nada mais importa'. Daria-me um beijo mais profundo, passaria a mão no meu rosto e afastaria os meus cabelos que estavam encobrindo a minha tez. Daria um beijo em minha testa, seguiria descendo rumo ao infinito, fazendo uma parada obrigatória no meu dedão do pé. Nos amaríamos como dois sagazes, unindo nossos corpos, sentindo a nossa pele e o nosso calor a incendear. Condição sine qua non? Uma fração de minuto onde todas as sensações se confundem e você simplesmente perde a noção de onde está, de quem é... seu coração desaprende a bater e você perde o rítimo de sua respiração. Seu corpo formiga, sua vista escurece e você simplesmente chega ao paraíso. Chora, grita e sorri... Ao mesmo tempo, bem.
Ele me faria um café da manhã na cama, nada muito ornamentado nem profissional, uma boa xícara de café com uns biscoitos estaria de bom tom. Ele tomaria seu banho e vestiria peça por peça sua roupa de horário comercial. Eu, na cama, encoberta com um lençol branco, percorreria com os olhos cada detalhe daquele tão conhecido material. Com mirada de desejo e fagulha de travessura estampada no rosto, me espantaria com seus detalhes, com a beleza que aflora do familiar.
Ele iria embora, e me prometeria voltar logo mais tarde. Sozinha em casa, coloco uma coletânia de Bossa Nova no som, e eis que começa a tocar... Primeiro 'Eu Te Amo', um Chico, Depois Luiza, um Jobim. Pego um album de fotografias, algumas em preto-e-branco, outras com imagens já esquecidas, alguns momentos importante, eu diria. Constato quanto tempo e quanta vida já percorreu em meu corpo.
Abro uma boa garrafa de vinho, um chileno talvez, e deito em uma espreguiçadeira, com uma pilha de livros do lado. Pego um Caio Fernando Abreu, depois me embalo em versos de Vinicius, saco um bom Jorge Amado, uma Marguerite Duras talvez, e findo com um bom Vargas Lhosa. O som ainda rolando, dessa vez com algo mais movimentado.
Danço, perdida de trajes íntimos, embalada por uma sinfonia, por uma corrente ritimica que me sacode. Abro os braços, me rebolo, e jogo os cabelos de um lado para o outro.
Depois, vem um banho, ainda com o som ligado, please. Um fantástico Ofurô, com essência de jasmim e um pouco de macadâmia. Rolando sem parar um Dire Straits ou um bom Jazz. Fecho os olhos e despejo algumas pétalas de flores brancas na àgua. Mergulho submersa nessa aurea de reflexão.
Por conseguinte, de saída da imersão, passaria um hidratante bem cheiroso e vestiria uma roupa macia e quentinha. Agora chega a hora de um bom filminho, que definitivamente seria ' O Carteiro e o Poeta'. Eu fecharia meus olhos mais uma vez, daria 'pause' no meio do filme e lembraria de um bom momento que passei assistindo este filme. Sim, meu caro, existe também um livro chamado ' O carteiro e o poeta' e definitivamente Pablo Neruda, ao escrever ' Talvez não ser, é ser quem tu sejas' pensou em nós dois.
Depois, dormiria em minha rede branca, aqui em casa mesmo, ao som da chuva ecoando nas mangueiras de Belém. Seria um sono tranquilo, sem sonhos.
Por fim, ao acordar, abriria mais uma vez a porta do meu coração, da minha casa e da minha vida para o meu grande amor, teríamos uma conversa mais do que definitiva, onde não mais existiria nada que pertubasse a nossa paz. Falaríamos a mesma língua, nos entenderíamos mutuamente e deixaríamos para o passado qualquer fonte de desavença. Recluso no arquivo morto o nosso descompromisso, as nossas asneiras e nossas ações mais maliciosas e vis. Seríamos, 'sê de corpo inteiro', de alma virgem e entrega incondicional.
Pois bem. Uma historia cotidiana de final feliz. Mais água com açucar impossível, eu sei, mas definitivamente recheada de momentos que aquecem o coração.
Assim, seria feliz. E boa noite ao 'dia perfeito'
Embaralhei as citadas 135 cartas do jogo, diga-se de passagem Vermelhas e Negras( quase um Stendhal), fechei os olhos e puxei uma fisicamente alocada no fim do bolo. Em dizeres pretos, num fundo branco ela me ordenava, imperativa: Descreva um dia perfeito.
Um dia em Paris? tomando um capuccino e comendo um crepe francês aos pés da Torre Eifell? Passar um dia estourando uma fortuna megalomaníaca no Cassino de Mônaco? Esparramada na cama, em lençóis teados a 400 fios, dormindo de 'conchinha' com o Keneau Rives? que tal um bom vinho francês, degustado não em taças, mas no umbigo do bonitão? Ele te dando comidinha na boca? beijando cada pedacinho do teu corpo e susurrando nos teus ouvidos, " Você é a mulher da minha vida". Ou por derradeiro, um dia de compras... você carregada de Versaces, Chóes se reproduzindo por bipartição no seu guarda-roupas, ' Dona Centopéia' te cedendo seus sapatos Manolo... sim, todos eles! Vai também um mimos da Cartier? Paris Hilton que te inveje.
Tá,tá, um dia dançando ula ula, com um time de bonitões, corpos ao sol, de pernas pro ar no Taiti? Rende-se?
Bem, por mais tentador que isso possa parecer, NÃO. Eu devo ser mesmo muito medíocre, até mesmo nos meus sonhos. Não gostaria de vivenciar nada impossível, intangível ou inimaginável. Gosto das minúcias, dos detalhes e do colorido que as sensações nos provocam. Tem coisas que não tem preço e podem nos provocar um extase de sensações, um prazer incomensurável. Eu fico, portanto, com o arrombar das veias, a circular do sangue, o escurecer da vista e a inundação de indescritível.
Um dia ideal para mim começaria da seguinte forma: Eu acordaria, com o meu amor ao lado, de cara amassada, só de cueca e com o hálito quente. Ele me abraçaria forte, ainda prostrados na cama, me daria um beijo doce, abriria um lindo sorriso e diria: ' Com você aqui do lado, nada mais importa'. Daria-me um beijo mais profundo, passaria a mão no meu rosto e afastaria os meus cabelos que estavam encobrindo a minha tez. Daria um beijo em minha testa, seguiria descendo rumo ao infinito, fazendo uma parada obrigatória no meu dedão do pé. Nos amaríamos como dois sagazes, unindo nossos corpos, sentindo a nossa pele e o nosso calor a incendear. Condição sine qua non? Uma fração de minuto onde todas as sensações se confundem e você simplesmente perde a noção de onde está, de quem é... seu coração desaprende a bater e você perde o rítimo de sua respiração. Seu corpo formiga, sua vista escurece e você simplesmente chega ao paraíso. Chora, grita e sorri... Ao mesmo tempo, bem.
Ele me faria um café da manhã na cama, nada muito ornamentado nem profissional, uma boa xícara de café com uns biscoitos estaria de bom tom. Ele tomaria seu banho e vestiria peça por peça sua roupa de horário comercial. Eu, na cama, encoberta com um lençol branco, percorreria com os olhos cada detalhe daquele tão conhecido material. Com mirada de desejo e fagulha de travessura estampada no rosto, me espantaria com seus detalhes, com a beleza que aflora do familiar.
Ele iria embora, e me prometeria voltar logo mais tarde. Sozinha em casa, coloco uma coletânia de Bossa Nova no som, e eis que começa a tocar... Primeiro 'Eu Te Amo', um Chico, Depois Luiza, um Jobim. Pego um album de fotografias, algumas em preto-e-branco, outras com imagens já esquecidas, alguns momentos importante, eu diria. Constato quanto tempo e quanta vida já percorreu em meu corpo.
Abro uma boa garrafa de vinho, um chileno talvez, e deito em uma espreguiçadeira, com uma pilha de livros do lado. Pego um Caio Fernando Abreu, depois me embalo em versos de Vinicius, saco um bom Jorge Amado, uma Marguerite Duras talvez, e findo com um bom Vargas Lhosa. O som ainda rolando, dessa vez com algo mais movimentado.
Danço, perdida de trajes íntimos, embalada por uma sinfonia, por uma corrente ritimica que me sacode. Abro os braços, me rebolo, e jogo os cabelos de um lado para o outro.
Depois, vem um banho, ainda com o som ligado, please. Um fantástico Ofurô, com essência de jasmim e um pouco de macadâmia. Rolando sem parar um Dire Straits ou um bom Jazz. Fecho os olhos e despejo algumas pétalas de flores brancas na àgua. Mergulho submersa nessa aurea de reflexão.
Por conseguinte, de saída da imersão, passaria um hidratante bem cheiroso e vestiria uma roupa macia e quentinha. Agora chega a hora de um bom filminho, que definitivamente seria ' O Carteiro e o Poeta'. Eu fecharia meus olhos mais uma vez, daria 'pause' no meio do filme e lembraria de um bom momento que passei assistindo este filme. Sim, meu caro, existe também um livro chamado ' O carteiro e o poeta' e definitivamente Pablo Neruda, ao escrever ' Talvez não ser, é ser quem tu sejas' pensou em nós dois.
Depois, dormiria em minha rede branca, aqui em casa mesmo, ao som da chuva ecoando nas mangueiras de Belém. Seria um sono tranquilo, sem sonhos.
Por fim, ao acordar, abriria mais uma vez a porta do meu coração, da minha casa e da minha vida para o meu grande amor, teríamos uma conversa mais do que definitiva, onde não mais existiria nada que pertubasse a nossa paz. Falaríamos a mesma língua, nos entenderíamos mutuamente e deixaríamos para o passado qualquer fonte de desavença. Recluso no arquivo morto o nosso descompromisso, as nossas asneiras e nossas ações mais maliciosas e vis. Seríamos, 'sê de corpo inteiro', de alma virgem e entrega incondicional.
Pois bem. Uma historia cotidiana de final feliz. Mais água com açucar impossível, eu sei, mas definitivamente recheada de momentos que aquecem o coração.
Assim, seria feliz. E boa noite ao 'dia perfeito'
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Postar um comentário