quarta-feira, 25 de março de 2009
Descrevendo um dia perfeito.
A sutileza das boas idéias não está em altos investimentos, mas sim no poder de criação inerente ao ser humano. Esta semana fui presenteada com um jogo interessantíssimo, que chama-se " Puxa- Conversa". Neste engenhoso passatempo, somos convidados a nos confrontar com 135 situações hipotéticas, que nos fazem pensar em coisas que jamais pensaríamos normalmente. E daí surge um palco para muita conversa, há um fluxo torrente de idéias em nossa cabeça e, a filosofia de asneiras rola solta. Uma catarse, meu bem.
Embaralhei as citadas 135 cartas do jogo, diga-se de passagem Vermelhas e Negras( quase um Stendhal), fechei os olhos e puxei uma fisicamente alocada no fim do bolo. Em dizeres pretos, num fundo branco ela me ordenava, imperativa: Descreva um dia perfeito.
Um dia em Paris? tomando um capuccino e comendo um crepe francês aos pés da Torre Eifell? Passar um dia estourando uma fortuna megalomaníaca no Cassino de Mônaco? Esparramada na cama, em lençóis teados a 400 fios, dormindo de 'conchinha' com o Keneau Rives? que tal um bom vinho francês, degustado não em taças, mas no umbigo do bonitão? Ele te dando comidinha na boca? beijando cada pedacinho do teu corpo e susurrando nos teus ouvidos, " Você é a mulher da minha vida". Ou por derradeiro, um dia de compras... você carregada de Versaces, Chóes se reproduzindo por bipartição no seu guarda-roupas, ' Dona Centopéia' te cedendo seus sapatos Manolo... sim, todos eles! Vai também um mimos da Cartier? Paris Hilton que te inveje.
Tá,tá, um dia dançando ula ula, com um time de bonitões, corpos ao sol, de pernas pro ar no Taiti? Rende-se?
Bem, por mais tentador que isso possa parecer, NÃO. Eu devo ser mesmo muito medíocre, até mesmo nos meus sonhos. Não gostaria de vivenciar nada impossível, intangível ou inimaginável. Gosto das minúcias, dos detalhes e do colorido que as sensações nos provocam. Tem coisas que não tem preço e podem nos provocar um extase de sensações, um prazer incomensurável. Eu fico, portanto, com o arrombar das veias, a circular do sangue, o escurecer da vista e a inundação de indescritível.
Um dia ideal para mim começaria da seguinte forma: Eu acordaria, com o meu amor ao lado, de cara amassada, só de cueca e com o hálito quente. Ele me abraçaria forte, ainda prostrados na cama, me daria um beijo doce, abriria um lindo sorriso e diria: ' Com você aqui do lado, nada mais importa'. Daria-me um beijo mais profundo, passaria a mão no meu rosto e afastaria os meus cabelos que estavam encobrindo a minha tez. Daria um beijo em minha testa, seguiria descendo rumo ao infinito, fazendo uma parada obrigatória no meu dedão do pé. Nos amaríamos como dois sagazes, unindo nossos corpos, sentindo a nossa pele e o nosso calor a incendear. Condição sine qua non? Uma fração de minuto onde todas as sensações se confundem e você simplesmente perde a noção de onde está, de quem é... seu coração desaprende a bater e você perde o rítimo de sua respiração. Seu corpo formiga, sua vista escurece e você simplesmente chega ao paraíso. Chora, grita e sorri... Ao mesmo tempo, bem.
Ele me faria um café da manhã na cama, nada muito ornamentado nem profissional, uma boa xícara de café com uns biscoitos estaria de bom tom. Ele tomaria seu banho e vestiria peça por peça sua roupa de horário comercial. Eu, na cama, encoberta com um lençol branco, percorreria com os olhos cada detalhe daquele tão conhecido material. Com mirada de desejo e fagulha de travessura estampada no rosto, me espantaria com seus detalhes, com a beleza que aflora do familiar.
Ele iria embora, e me prometeria voltar logo mais tarde. Sozinha em casa, coloco uma coletânia de Bossa Nova no som, e eis que começa a tocar... Primeiro 'Eu Te Amo', um Chico, Depois Luiza, um Jobim. Pego um album de fotografias, algumas em preto-e-branco, outras com imagens já esquecidas, alguns momentos importante, eu diria. Constato quanto tempo e quanta vida já percorreu em meu corpo.
Abro uma boa garrafa de vinho, um chileno talvez, e deito em uma espreguiçadeira, com uma pilha de livros do lado. Pego um Caio Fernando Abreu, depois me embalo em versos de Vinicius, saco um bom Jorge Amado, uma Marguerite Duras talvez, e findo com um bom Vargas Lhosa. O som ainda rolando, dessa vez com algo mais movimentado.
Danço, perdida de trajes íntimos, embalada por uma sinfonia, por uma corrente ritimica que me sacode. Abro os braços, me rebolo, e jogo os cabelos de um lado para o outro.
Depois, vem um banho, ainda com o som ligado, please. Um fantástico Ofurô, com essência de jasmim e um pouco de macadâmia. Rolando sem parar um Dire Straits ou um bom Jazz. Fecho os olhos e despejo algumas pétalas de flores brancas na àgua. Mergulho submersa nessa aurea de reflexão.
Por conseguinte, de saída da imersão, passaria um hidratante bem cheiroso e vestiria uma roupa macia e quentinha. Agora chega a hora de um bom filminho, que definitivamente seria ' O Carteiro e o Poeta'. Eu fecharia meus olhos mais uma vez, daria 'pause' no meio do filme e lembraria de um bom momento que passei assistindo este filme. Sim, meu caro, existe também um livro chamado ' O carteiro e o poeta' e definitivamente Pablo Neruda, ao escrever ' Talvez não ser, é ser quem tu sejas' pensou em nós dois.
Depois, dormiria em minha rede branca, aqui em casa mesmo, ao som da chuva ecoando nas mangueiras de Belém. Seria um sono tranquilo, sem sonhos.
Por fim, ao acordar, abriria mais uma vez a porta do meu coração, da minha casa e da minha vida para o meu grande amor, teríamos uma conversa mais do que definitiva, onde não mais existiria nada que pertubasse a nossa paz. Falaríamos a mesma língua, nos entenderíamos mutuamente e deixaríamos para o passado qualquer fonte de desavença. Recluso no arquivo morto o nosso descompromisso, as nossas asneiras e nossas ações mais maliciosas e vis. Seríamos, 'sê de corpo inteiro', de alma virgem e entrega incondicional.
Pois bem. Uma historia cotidiana de final feliz. Mais água com açucar impossível, eu sei, mas definitivamente recheada de momentos que aquecem o coração.
Assim, seria feliz. E boa noite ao 'dia perfeito'
Embaralhei as citadas 135 cartas do jogo, diga-se de passagem Vermelhas e Negras( quase um Stendhal), fechei os olhos e puxei uma fisicamente alocada no fim do bolo. Em dizeres pretos, num fundo branco ela me ordenava, imperativa: Descreva um dia perfeito.
Um dia em Paris? tomando um capuccino e comendo um crepe francês aos pés da Torre Eifell? Passar um dia estourando uma fortuna megalomaníaca no Cassino de Mônaco? Esparramada na cama, em lençóis teados a 400 fios, dormindo de 'conchinha' com o Keneau Rives? que tal um bom vinho francês, degustado não em taças, mas no umbigo do bonitão? Ele te dando comidinha na boca? beijando cada pedacinho do teu corpo e susurrando nos teus ouvidos, " Você é a mulher da minha vida". Ou por derradeiro, um dia de compras... você carregada de Versaces, Chóes se reproduzindo por bipartição no seu guarda-roupas, ' Dona Centopéia' te cedendo seus sapatos Manolo... sim, todos eles! Vai também um mimos da Cartier? Paris Hilton que te inveje.
Tá,tá, um dia dançando ula ula, com um time de bonitões, corpos ao sol, de pernas pro ar no Taiti? Rende-se?
Bem, por mais tentador que isso possa parecer, NÃO. Eu devo ser mesmo muito medíocre, até mesmo nos meus sonhos. Não gostaria de vivenciar nada impossível, intangível ou inimaginável. Gosto das minúcias, dos detalhes e do colorido que as sensações nos provocam. Tem coisas que não tem preço e podem nos provocar um extase de sensações, um prazer incomensurável. Eu fico, portanto, com o arrombar das veias, a circular do sangue, o escurecer da vista e a inundação de indescritível.
Um dia ideal para mim começaria da seguinte forma: Eu acordaria, com o meu amor ao lado, de cara amassada, só de cueca e com o hálito quente. Ele me abraçaria forte, ainda prostrados na cama, me daria um beijo doce, abriria um lindo sorriso e diria: ' Com você aqui do lado, nada mais importa'. Daria-me um beijo mais profundo, passaria a mão no meu rosto e afastaria os meus cabelos que estavam encobrindo a minha tez. Daria um beijo em minha testa, seguiria descendo rumo ao infinito, fazendo uma parada obrigatória no meu dedão do pé. Nos amaríamos como dois sagazes, unindo nossos corpos, sentindo a nossa pele e o nosso calor a incendear. Condição sine qua non? Uma fração de minuto onde todas as sensações se confundem e você simplesmente perde a noção de onde está, de quem é... seu coração desaprende a bater e você perde o rítimo de sua respiração. Seu corpo formiga, sua vista escurece e você simplesmente chega ao paraíso. Chora, grita e sorri... Ao mesmo tempo, bem.
Ele me faria um café da manhã na cama, nada muito ornamentado nem profissional, uma boa xícara de café com uns biscoitos estaria de bom tom. Ele tomaria seu banho e vestiria peça por peça sua roupa de horário comercial. Eu, na cama, encoberta com um lençol branco, percorreria com os olhos cada detalhe daquele tão conhecido material. Com mirada de desejo e fagulha de travessura estampada no rosto, me espantaria com seus detalhes, com a beleza que aflora do familiar.
Ele iria embora, e me prometeria voltar logo mais tarde. Sozinha em casa, coloco uma coletânia de Bossa Nova no som, e eis que começa a tocar... Primeiro 'Eu Te Amo', um Chico, Depois Luiza, um Jobim. Pego um album de fotografias, algumas em preto-e-branco, outras com imagens já esquecidas, alguns momentos importante, eu diria. Constato quanto tempo e quanta vida já percorreu em meu corpo.
Abro uma boa garrafa de vinho, um chileno talvez, e deito em uma espreguiçadeira, com uma pilha de livros do lado. Pego um Caio Fernando Abreu, depois me embalo em versos de Vinicius, saco um bom Jorge Amado, uma Marguerite Duras talvez, e findo com um bom Vargas Lhosa. O som ainda rolando, dessa vez com algo mais movimentado.
Danço, perdida de trajes íntimos, embalada por uma sinfonia, por uma corrente ritimica que me sacode. Abro os braços, me rebolo, e jogo os cabelos de um lado para o outro.
Depois, vem um banho, ainda com o som ligado, please. Um fantástico Ofurô, com essência de jasmim e um pouco de macadâmia. Rolando sem parar um Dire Straits ou um bom Jazz. Fecho os olhos e despejo algumas pétalas de flores brancas na àgua. Mergulho submersa nessa aurea de reflexão.
Por conseguinte, de saída da imersão, passaria um hidratante bem cheiroso e vestiria uma roupa macia e quentinha. Agora chega a hora de um bom filminho, que definitivamente seria ' O Carteiro e o Poeta'. Eu fecharia meus olhos mais uma vez, daria 'pause' no meio do filme e lembraria de um bom momento que passei assistindo este filme. Sim, meu caro, existe também um livro chamado ' O carteiro e o poeta' e definitivamente Pablo Neruda, ao escrever ' Talvez não ser, é ser quem tu sejas' pensou em nós dois.
Depois, dormiria em minha rede branca, aqui em casa mesmo, ao som da chuva ecoando nas mangueiras de Belém. Seria um sono tranquilo, sem sonhos.
Por fim, ao acordar, abriria mais uma vez a porta do meu coração, da minha casa e da minha vida para o meu grande amor, teríamos uma conversa mais do que definitiva, onde não mais existiria nada que pertubasse a nossa paz. Falaríamos a mesma língua, nos entenderíamos mutuamente e deixaríamos para o passado qualquer fonte de desavença. Recluso no arquivo morto o nosso descompromisso, as nossas asneiras e nossas ações mais maliciosas e vis. Seríamos, 'sê de corpo inteiro', de alma virgem e entrega incondicional.
Pois bem. Uma historia cotidiana de final feliz. Mais água com açucar impossível, eu sei, mas definitivamente recheada de momentos que aquecem o coração.
Assim, seria feliz. E boa noite ao 'dia perfeito'
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Venho através desta te contar a mais redundante das verdades: ' Tinha que ser você'.
Você que se fez num grande talvez, num prospecto do improvável e foi tomando espaço, vendaval na minha vida, transformação do 'não ser' em meu ' big bang'.
Você, carrancudo, homem trivial, corpo limitado na humanidade... Caixa de Pandora que liberta o meu desatino, prazer ilimitado, 'sorriso de orelha a orelha'.
Na mansidão da tua vida, na valsa dos teus projetos eu me embalei, me vi tua, quis ser pra sempre contigo.
E hoje eu já nem sei mais pra onde vou, o que vais fazer de mim e aonde isso vai dar. Quer dizer, eu até sei, mais 'eternidade' é uma palavra com muitas implicações, me dá até arrepio... por isso calemo-nos.
Adocica meus ouvidos, me mima pra sempre assim, nesse teu jeitinho.Me pede, me ordena e me amansa. Pra sempre dos teus lábios esse ' Te quero'.
Você que se fez num grande talvez, num prospecto do improvável e foi tomando espaço, vendaval na minha vida, transformação do 'não ser' em meu ' big bang'.
Você, carrancudo, homem trivial, corpo limitado na humanidade... Caixa de Pandora que liberta o meu desatino, prazer ilimitado, 'sorriso de orelha a orelha'.
Na mansidão da tua vida, na valsa dos teus projetos eu me embalei, me vi tua, quis ser pra sempre contigo.
E hoje eu já nem sei mais pra onde vou, o que vais fazer de mim e aonde isso vai dar. Quer dizer, eu até sei, mais 'eternidade' é uma palavra com muitas implicações, me dá até arrepio... por isso calemo-nos.
Adocica meus ouvidos, me mima pra sempre assim, nesse teu jeitinho.Me pede, me ordena e me amansa. Pra sempre dos teus lábios esse ' Te quero'.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
' Pensamentos latentes do meu sonho'
Em uma de suas mais consagradas obras, 'A Interpretação de Sonhos', Sigmund Freud, nos revela um pouco sobre o que passa na nossa mente enquanto dormimos. Imagens oníricas e fantasiosas seriam mero acaso? Não. Os sonhos são o palco de nosso teatro mental, de nossa representação que busca satisfazer os desejos mais arraigados no fundo de nosso âmago e perpassam um pouco daquilo que constitui nossos valores mais íntimos.
A esmagadora influência de nosso ' Superego' em todos os nossos atos é fenomenal. Esta censura, recriminação imposta pela nossa mente aos nossos mais variados comportamentos é atuante, inclusive, naquilo que sonhamos. Ela apenas 'baixa um pouco' a sua guarda e deixa que os limites de nossa imaginação corram em rédeas mais frouxas.
Por isso encenamos, iventamos e nos ' perdemos entre monstros de nossa própria criação', parafraseando Renato Russo. Desfarçamos nosso real 'Eu' e o conteúdo de nossas mentes, tentando ,por assim dizer, esconder de nossa censura ( Superego) aqueles comportamentos que consideramos vis, escabrosos.
A parte mitólogica de nossos sonhos, o enredo que conseguimos recordar no outro dia, é chamado pelo pai da psicanálise de ' conteúdo manifesto do sonho'. Nela vemos ' Sacis Pererês' ' Viajamos o mundo sobre as asas de um gavião, temos um final feliz com o amor de nossas vidas. Até mesmo visualizamos objetos e imagens sem nexo, imaginamos coisas que não têm sentido algum.
No entanto, é nas entrelinhas de nossas historinhas mais bobas que está o que realmente queremos dizer. É, nos termos de Freud, 'nos pensamentos latentes do sonho' que estão dissimulados os nossos prazeres ocultos, os nossos 'quereres proibidos'.
Na noite passada sonhei com uma menina que roubava, em pequenas quantidades, miudezas por onde passava. Primeiro ela foi à um supermercado, e roubou pequenos gomos de uvas na sessão de hortifrute. Depois, foi à um armarinho, e afanou botões. Por fim, lá nas reminescências do meu sonho, roubava ' bibelôs' de um ambiente residencial que se assemelhava muito à minha casa. A menina era loura, tinha um aspecto europeu e cara de' menina bem criada.' Este é o conteúdo manifesto do meu sonho.
Qual poderia ser o conteúdo latente dessa projeção mental, a primeira vista sem grande importância? Vejamos, através do método da livre associação, o que se subtrai de meu ' Palco Mental'. Seria eu uma pessoa extremamente apegada a miudezas? 'Cacarenta' e rancorosa com pequenos detalhes, que para os outros são banalidades? Seria eu avarenta, egoísta e afeita a bagatelas? Estaria eu, presa ao protótipo europeu de beleza e de perfeição? Buscaria eu um ideal de beleza, que seria o protótipo da coletividade loira, tez clara e estatura alta? Seria eu uma pessoa que se sentiu discriminada na infância por meus comportamentos censuráveis? Por fim, estou eu na fase adulta, mas presa a medos e comportamentos infantis?
Bem, são 'n' interpretações. Ninguém pode dizer ao certo o que se passa realmente na nossa mente. Por isso, vamos em frente, questionando e criando hipóteses através de livre julgamento e associação. Vamos nos desvendando e figurando, de incontáveis maneiras, aquilo que realmente somos e o que perpassa no interior de nossa 'psiqué'.
A esmagadora influência de nosso ' Superego' em todos os nossos atos é fenomenal. Esta censura, recriminação imposta pela nossa mente aos nossos mais variados comportamentos é atuante, inclusive, naquilo que sonhamos. Ela apenas 'baixa um pouco' a sua guarda e deixa que os limites de nossa imaginação corram em rédeas mais frouxas.
Por isso encenamos, iventamos e nos ' perdemos entre monstros de nossa própria criação', parafraseando Renato Russo. Desfarçamos nosso real 'Eu' e o conteúdo de nossas mentes, tentando ,por assim dizer, esconder de nossa censura ( Superego) aqueles comportamentos que consideramos vis, escabrosos.
A parte mitólogica de nossos sonhos, o enredo que conseguimos recordar no outro dia, é chamado pelo pai da psicanálise de ' conteúdo manifesto do sonho'. Nela vemos ' Sacis Pererês' ' Viajamos o mundo sobre as asas de um gavião, temos um final feliz com o amor de nossas vidas. Até mesmo visualizamos objetos e imagens sem nexo, imaginamos coisas que não têm sentido algum.
No entanto, é nas entrelinhas de nossas historinhas mais bobas que está o que realmente queremos dizer. É, nos termos de Freud, 'nos pensamentos latentes do sonho' que estão dissimulados os nossos prazeres ocultos, os nossos 'quereres proibidos'.
Na noite passada sonhei com uma menina que roubava, em pequenas quantidades, miudezas por onde passava. Primeiro ela foi à um supermercado, e roubou pequenos gomos de uvas na sessão de hortifrute. Depois, foi à um armarinho, e afanou botões. Por fim, lá nas reminescências do meu sonho, roubava ' bibelôs' de um ambiente residencial que se assemelhava muito à minha casa. A menina era loura, tinha um aspecto europeu e cara de' menina bem criada.' Este é o conteúdo manifesto do meu sonho.
Qual poderia ser o conteúdo latente dessa projeção mental, a primeira vista sem grande importância? Vejamos, através do método da livre associação, o que se subtrai de meu ' Palco Mental'. Seria eu uma pessoa extremamente apegada a miudezas? 'Cacarenta' e rancorosa com pequenos detalhes, que para os outros são banalidades? Seria eu avarenta, egoísta e afeita a bagatelas? Estaria eu, presa ao protótipo europeu de beleza e de perfeição? Buscaria eu um ideal de beleza, que seria o protótipo da coletividade loira, tez clara e estatura alta? Seria eu uma pessoa que se sentiu discriminada na infância por meus comportamentos censuráveis? Por fim, estou eu na fase adulta, mas presa a medos e comportamentos infantis?
Bem, são 'n' interpretações. Ninguém pode dizer ao certo o que se passa realmente na nossa mente. Por isso, vamos em frente, questionando e criando hipóteses através de livre julgamento e associação. Vamos nos desvendando e figurando, de incontáveis maneiras, aquilo que realmente somos e o que perpassa no interior de nossa 'psiqué'.
quinta-feira, 3 de julho de 2008
PS: Eu te amo.

Hoje, liberta da maldita pirataria e das suas imagens gravadas em cinema, eu finalmente consegui ver 'PS: I love you' em sua cópia original. E vos digo, categoricamente, que ele é uma ode das mais criativas que já vi ao amor eterno.
Dizer que o filme é sensacional não o define, somente lhe rouba a beleza e a intensidade das sensações que ele nos provoca. Eu, uma romântica incorrigível, borbulhada de lágrimas e com o coração na mão, digo, repito e recomendo: Assistam!
Que homem maravilhoso é aquele? O que nós mulheres temos que fazer para sermos premiadas com um espécime destes? Que devemos fazer para ter um amor desses que irrompe as fronteiras temporais e físicas para se alojar na alma dos amantes? Eu sinceramente não sei.
Só sei que a magia de todo o filme está nas suas cores, na sincronia magistral dos personagens e no poder que ele tem de tocar lá no fundo do nosso coração com seu texto aveludado e cheio de mel. Me contento em saber que este, definitivamente, é um filme dos bons.
E nas questões de amor eterno e atemporal, vos digo: ' Só sei que nada sei'.
Dizer que o filme é sensacional não o define, somente lhe rouba a beleza e a intensidade das sensações que ele nos provoca. Eu, uma romântica incorrigível, borbulhada de lágrimas e com o coração na mão, digo, repito e recomendo: Assistam!
Que homem maravilhoso é aquele? O que nós mulheres temos que fazer para sermos premiadas com um espécime destes? Que devemos fazer para ter um amor desses que irrompe as fronteiras temporais e físicas para se alojar na alma dos amantes? Eu sinceramente não sei.
Só sei que a magia de todo o filme está nas suas cores, na sincronia magistral dos personagens e no poder que ele tem de tocar lá no fundo do nosso coração com seu texto aveludado e cheio de mel. Me contento em saber que este, definitivamente, é um filme dos bons.
E nas questões de amor eterno e atemporal, vos digo: ' Só sei que nada sei'.
sexta-feira, 27 de junho de 2008
'Menininha Saci- Pererê'
E ela vai desfilando, com o seu andar sacolejante, deslize de uma vencedora na guerra da vida. Não sei exatos quantos anos tem, mas se pode ver que é um exemplar de uma beleza púbere, juvenil. Tem o cabelo, a tez e as vestes de uma menina, mas o brilho dos seus olhos transparecem uma luz irradiante e contagiosa, nos mostram uma aura de felicidade irrefutável.
Justo ela que para os outros seria uma 'coitada' uma 'pobre menina sem sorte', aquela que Deus ou o Destino quis que fosse diferente. Foi-lhe suprimido um pedaço do corpo, a perna direita pra ser mais exata, mas lhe foi adicionado elementos inexplicavelmente diferentes.
Delicio-me com o seu molejo, com o seu sabor e tom de Brasilidade. Choco-me com a sua força de vontade, com a sua beleza na diversidade. Adoro vê-la atravessando as ruas, trepidando com sua 'pernas sim, pernas não'.
E torço que o acaso sempre me faça vê-la todos os dias. Grandes exemplos como o que ela me passa só me tornam uma pessoa mais rica e mais humana.
Obrigada por me transmitir conceitos tão belos só com a sua presença. Obrigada menina desconhecida, obrigada menininha 'Saci- Pererê'.
Justo ela que para os outros seria uma 'coitada' uma 'pobre menina sem sorte', aquela que Deus ou o Destino quis que fosse diferente. Foi-lhe suprimido um pedaço do corpo, a perna direita pra ser mais exata, mas lhe foi adicionado elementos inexplicavelmente diferentes.
Delicio-me com o seu molejo, com o seu sabor e tom de Brasilidade. Choco-me com a sua força de vontade, com a sua beleza na diversidade. Adoro vê-la atravessando as ruas, trepidando com sua 'pernas sim, pernas não'.
E torço que o acaso sempre me faça vê-la todos os dias. Grandes exemplos como o que ela me passa só me tornam uma pessoa mais rica e mais humana.
Obrigada por me transmitir conceitos tão belos só com a sua presença. Obrigada menina desconhecida, obrigada menininha 'Saci- Pererê'.
terça-feira, 24 de junho de 2008
A nova máquina de brincar de Deus.

Estava lendo a revista Veja desta semana, cuja reportagem de capa é um ensaio especial sobre o Big Bang, a grande 'expansão súbita' que deu origem ao Universo que conhecemos hoje.
Detalhes de toda sorte acerca do velho enigma do surgimento do Mundo, que pertubam cientistas e leigos de várias gerações e de várias nacionalidades voltaram a baila neste ano, que pode ser a data de um marco sem precedentes em toda a Astronomia e um lume essencial no desvendamento da grande questão filosófica, ' De onde Viemos?'
O homem, em outubro deste ano, está prestes a ligar as engrenagens dá 'Máquina de Brincar de Deus'. Está em eminência de assumir as rédeas do Mundo e, por conseqüência, descobrir de que receita o criador se utilizou para criar o mundo a sua volta e também a ele mesmo.
Ante ousada proposta de recriar o momento exato em que o universo entrou em expansão, o LHC( sigla em inglês para Large Hadron Collider), verdadeiro nome da ' Máquina de Brincar de Deus', é tido como o passo mais astucioso que a ciência se propôs a dar nesta seara. Instalado em Genebra, na Suiça, ele tem a difícil Missão de Encontrar o Bosón de Higgs, um mitológico e até então teórico elemento que dotou todas as demais partículas de massa e, fez com que o universo se expandisse de um ponto minúsculo para a gigantesca matéria que conhecemos hoje.
A Palavra, Hádron, que provém do grego e significa 'grosso', é uma particula subatômica com massa, ou seja, um próton. Os físicos do Laboratôrio de Física da Europa, onde está localizada ' a mais nova menina dos olhos da ciência mundial', acelerarão os seus Hádrons em sentidos opostos, levando-os a percorrer o túnel de 27 quilômetros da invenção, com 99,9% da velocidade da luz, e, ocasionando que, por fim, eles sigam em sentidos opostos e colidam frontalmente. O choque espatifará os Hadróns diante de placas sensíveis, que vão analisar o resultado da trombada. Essa energia 'miraculosamente' registrada irá nos mostrar os exatos componentes da natureza presentes no momento da criação. Saberemos, portanto, os ingredientes da nossa 'sopa da vida'.
O que nos aflige no momento é se o Bosón de Higgs realmente existe e pode ter essa existência demonstrada na prática. Ou, ao revés, se a criação do mundo foi imbutida de segredos que jamais serão alcançados pelo homem e pertencem exclusivamente a seara de Deus.
domingo, 22 de junho de 2008
Profissão: Pedinte.

' Eu poderia estar matando, estar roubando, mas estou aqui pedindo a vossa colaboração. Aceito dinheiro, cheques-predatados e vale- transporte'
Definitivamente, eu não me enquadro em nada no perfil de ' pedinte de ônibus'. Senão acreditas, vejamos o porquê:
- Primeiro, eu não me enquadro em nenhuma das categorias 'preferenciais' para as quais você daria os seus contados 'trocados'. Não sou menor, já não sou capaz de utilizar os meus olhos redondos e infantis, estender as minhas mãozinhas em tom de humildade e de fazer cara de fome e de desespero. Tampouco, sou uma velhinha menosprezada e esquecida pela família, que não pode mais trabalhar e causa tristeza em você por estar passando os últimos dias de sua vida em uma atividade tão humilhante quanto a de pedir e contar com a ajuda de desconhecidos pra viver. Vejam só vocês, não tenho nem um cachorro com cara esfomiado e ossos dos quadris e costelas aparecendo para sensibilizar você.
- Segundo, mulheres da minha idade pedindo dinheiro em ônibus? Você já viu? Não. O setor de Recursos Humanos( RH) da vida nos manda para outra classe de ' serviço'. As dignas viram faxineiras, estudantes, trabalhadoras de sol a sol, mantenedoras de suas famílias e, por que não, ' Sustentadoras de Maridos Vagabundos'. As que optam pela via tangente também são recepcionadas pelo mercado, viram ' prostitutas', 'acompanhantes' e colaboradoras de jornais na sessão ' amizades'.
Bem, existe gente que nasceu pra alguma coisa e tem um sonho de se realizar fazendo o que gosta. Ainda bem que eu tenho um pouco de senso e não resolvi ser ' pedinte de ônibus'. Eu morreria de fome, desesperada e caida no chão dos coletivos. Ainda bem que eu resolvi ser advogada.
- E o argumento arrebatador e que irá tirar qualquer dúvida que ainda pode perpassar na sua cabeça: EU NÃO ANDO DE ÔNIBUS. Não que eu me ache o suprassumo da raça humana e não queira me misturar com a classe trabalhadora que vai todos os dias 'entulhada' feito sardinha amassada dentro dos transportes coletivos. Não! Eu definitivamente seria um perigo aos meus semelhantes que, porventura, estivessem dividindo o ônibus comigo. Sou desengonçada demais, piso nos pés das pessoas, tropesso, me desequilibro com a frenagem do ônibus, ando sempre lotada de papéis e de processos, enfim, sou um risco para ambas as partes. E, para piorar ainda mais a macabra e hilária ' escena', sou grande demais para as cadeirinhas do ônibus.Já pensou se enfiar em uma viagem inteira com os joelhos encostando na poltrona da frente? Eu chegaria no destino final com uma dormência terrível e praticamente sem rótulas. Enfim, caronas benvindas e ônibus só para situações estritamente necessárias.
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